capitulo 9

9° Capitulo
Noite agitada

– Ivza me contou o que aconteceu mais cedo. Ele disse que você não se lembra como conseguiu parar o ataque dele igual à outra vez mas se lembra de como conseguiu conjurar aquelas coisas.
– Ivza é louco. Ele tentou me matar.
– Ele não teria te matado, ele na verdade é uma boa pessoa. Ele foi meu aluno, eu sei o que digo. Mas o que ele me disse é verdade?
– Sim, eu não me lembro como eu consegui parar o ataque dele mas me lembro como eu fiz para conjurar aquelas coisas.
– E como você fez para conjurar aquilo?
– Eu só imaginei e quando abri os olhos estava ai. Mas não apareceu exatamente o que eu imaginei. Eu havia imaginado o jardim que da para ver da janela do meu quarto, depois imaginei como era Punho do Dragão mas o que apareceu foram umas flores de gelo que eu nunca tinha visto e umas replicas das montanhas de Punho do Dragão só que de gelo. Isso eu não faço idéia do que eu fiz.
– Entendo. Você ainda não sabe controlar a magia que há em você. Tenho certeza que daqui alguns dias você entendera melhor.
– Eu não entendo, como eu consegui fazer tudo aquilo ou por que eu não consigo me lembrar das outras vezes que eu usei magia.
– Você consegue fazer aquilo porque você tem poderes e um dia será uma grande maga. Concerteza você não se lembra das outras vezes porque eram casos de vida ou morte, você deve ter feito isso inconscientemente. Não se preocupe logo você entenderá.
– O senhor disse que um dia eu serei uma grande maga mas eu nunca poderei ser se eu continuar aqui, pois se não eu terei que servir o rei e eu não quero isso. – disse Kari pela milionésima vez. Por que ninguém conseguia entender que o rei era tão ruim assim?
– Eu sei que você não gosta nenhum pouco do rei e que muito menos que você quer seguir ele mas pense bem: você tem alguma escolha? Eu também não gosto de servir ele mas aqui estou. Mesmo que você fuja, para onde você vai? Você tem algum lugar para voltar? Porque a fazenda onde morava já não é mais de seus pais. A vida que você tinha já não existe mais. Aonde quer que você vá você só tem um caminho para seguir.
Kari olhou novamente para lua, agora que Arualdae falou, ela viu que não tinha para onde voltar. Os seus pais estavam escondidos junto com os rebeldes. Ela poderia se juntar a eles mas se eles soubessem que ela era uma maga iriam querer que ela lutasse também. Iriam querer que ela matasse os soldados do rei, que ela matasse os magos do rei. Ela não acreditava que teria forças para lutar contra ninguém, quem diria contra um mago. Ela não tinha para onde ir e ela não fazia idéia que caminho que caminho tinha que seguir.
– Mas se eu ficar eu terei que fazer o que o rei mandar e ele pode mandar que eu mata pessoas inocentes como mandou matarem os meus pais.
– Só você pode dizer o que você tem que fazer, eu sei que você quer fugir mas pense bem, você só terá uma chance de fugir e quando fugir terá que ter um lugar para ir e um caminho para seguir. Eu acho que você deveria esperar um pouco e aproveitar tudo que aqui tem a oferecer a você.
– Eu acho que posso esperar um pouco, mas eu vou embora e logo. Até lá eu arranjo um lugar para ir.
– Já que você esta decidida eu osso lhe contar uma coisa. Vários alunos já conseguiram fugir daqui mas eles dizem para os outros alunos que eles estão sendo punidos por terem tentado fugir. Eles dizem isso para que as crianças fiquem com medo de fugirem.
– Sério? Então significa que eu também posso fugir. Mas para onde eles foram?
– Todos se juntaram aos rebeldes. Assim como você eles não gostavam do rei e se juntaram aos rebeldes para acabarem com o rei.
– Mas não vai dar na mesma?
– Como assim?
– Eles fugiram do rei para que não fizessem coisas erradas mas se juntando aos rebeldes terão que lutar do mesmo jeito, terão que lutar contra pessoas que nem queriam estar ali.
– Se não lutarmos pelo que achamos certo então quem lutará por nós? Se alguém realmente não quer ficar em algum lugar por que então ele estaria ali? Haverá vezes em que teremos que colocar nossas vidas em risco para que consigamos o que achamos certo.
– Mas o senhor disse que não queria ficar aqui então por que o senhor ainda esta aqui?
– Você é muito esperta. Eu ainda estou aqui porque ...
Tum-tum-tum.
Os dois deram um pulo na cama de tanto susto pois nenhum dos dois havia escutado alguém se aproximar.
Kari pela terceira vez na noite foi até a porta. Desta vez quem estava na porta era Viseu.